Tudo aquilo que nós não queremos ser, tudo o que não desejamos encontrar dentro de nós, tudo o que não queremos viver, e tudo o que não queremos deixar participar de nossa identificação, forma nossa sombra.
Com o termo sombra (conceito desenvolvido por C.G.Jung)designamos, portanto, a soma de todos os âmbitos rejeitados da realidade que o homem não quer ver em si mesmo ou nos outros e que, por isso mesmo , permanecem inconscientes. A sombra é o maior perigo para as pessoas, pois elas a tem sem conhecê-la e sem saber que existe. É a sombra que providencia para que todos os nossos esforços e objetivos se transformem realmente em seus opostos.
Todas as manifestações provenientes de sua sombra são projetadas pelo homem no mal anônimo que existe no mundo, porque ele tem medo de descobrir a verdadeira fonte de seus males dentro de si mesmo. Tudo que o ser humano de fato não quer, e de que não gosta, provem de sua própria sombra, viso que esta é a soma daquilo que ele não deseja ter.
Entretanto, a recusa em aceitar uma parte da realidade e vivê-la não leva exatamente ao sucesso esperado. Os vários âmbitos da realidade obrigam os homens a se ocuparem intensamente com eles. Isso, na maior parte das vezes, acontece através da projeção, pois assim que recusamos determinado princípio e o banimos, ele sempre gera medo e rejeição em nós, quando o encontramos de novo no assim chamado mundo exterior!
Devemos entender muito bem que o mundo exterior se fundamenta justamente nos mesmos princípios arquetípicos do mundo interior. A lei da ressonância afirma que somente podemos entrar em contato com aquilo que nós mesmos vibramos. Isso leva à conclusão inevitável de que o mundo exterior e o mundo interior são idênticos.
O ser humano se ocupa mais com aquilo que ele não quer. Ao fazê-lo aproxima-se tanto do princípio rejeitado que acaba por vivê-lo.
A sombra nos deixa doentes, o encontra com a sombra nos faz sarar! Essa é a chave para entendermos a doença e a cura. Todo sintoma é um aspecto da sombra que se precipitou no corpo físico. É no sintoma que se manifesta aquilo que nos faz falta. É no sintoma que o homem vive aquilo de que não se quis tomar consciência. O sintoma usa o corpo como um instrumento para fazer a pessoa torna-se outra vez um todo. Trata-se do Princípio da Complementação que coisa para que, em última análise, não se perca a totalidade. se uma pessoa se recusa a viver um princípio em sua consciência, esse princípio desce para o nível do corpo e aparece então como sintoma. Dessa maneira, a pessoa é obrigada a viver e, a despeito de tudo, a manifestar o próprio princípio que rejeitou. É assim que o sintoma providencia a totalidade do indivíduo, ele é o substituto físico do que falta à alma.